Uma das minhas memórias mais antigas, entre os 4 e 5 anos de idade, é de acompanhar meus pais em eventos dentro e fora do Estado, onde juntos possuíam um estande oferecendo o serviço de Fotografia à Moda Antiga.
Aqui na região serrana do Rio Grande do Sul essa técnica ainda se faz presente, utilizando cenários e roupas de época, tendo como intuito eternizar uma memória de nossos antepassados ou, também, da cultura local.
Naquela época já me encantava o modo como mexiam nos equipamentos, a destreza em programar uma luz perfeita, em fazer com que o ambiente ficasse intacto, para daí sim surgir o registro. Quando lembro disso, penso que o amor pela fotografia vem sim de berço, mas o intuito é um pouquinho diferente.
Após sete anos trabalhando com comunicação, dois deles como jornalista formada, houve um empurrãozinho do destino dizendo “vai lá, Ana, registra o mundo”. Desde esse dia, 20 de março de 2014, assumi meu papel e mantenho a câmera em mãos por tempo integral, a segurando muito firme, com muito carinho. Lembrando, ainda, de como aquele desejo de criança se faz presente.
A diferença é que o movimento, a distração, o cotidiano, o envolvimento, os olhares e o amor entre as pessoas, é o que realmente me fascina. Não programar um registro, não posar , sabe, deixar acontecer e, dessa forma, termos a incrível capacidade de contar uma história e eternizá-la por gerações. Portanto, que possamos nos encontrar de uma forma diferente. Eu por trás das lentes, vocês na frente delas e, posteriormente, vermos o resultado juntos e sorrir.